Uma app criada para monitorizar pessoas com coronavírus na Coreia do Sul acabou, acidentalmente, por revelar algumas traições, de acordo com o que contou um documentário do Channel 4. A aplicação, desenvolvida por um jovem de 19 anos, é capaz de localizar, com base nos dados dos telemóveis, as pessoas que tenham sido infectadas, dando ao governo a oportunidade de alertar aqueles que tiveram em contacto com elas.
O GPS dos telemóveis indica onde as “pessoas de interesse” estão a ir, analisa dados do cartão de crédito para descobrir quais os estabelecimentos por eles frequentados, por exemplo, e recorre a câmaras de vigilância para saber do paradeiro dos mesmos. No documentário, um dos cientistas disse: “Se o paciente chegou a determinado sítio às 14 horas e saiu às 15 horas, o governo precisa de localizar quem teve em contacto com ele durante esse período de tempo”.
Devido a isso, a app emite um alerta do género: “Homem de 58 anos, bancário, passou por X área, visitou aquele motel e foi ao cinema”. O cientista concluiu: “Eventualmente, alguém acaba por ligar os pontos: ‘espera, eu conheço um bancário de 58 anos que mora nesta região..’. As pessoas estavam em locais onde não deveriam estar, como num motel. Existem relatos de casos de traição”.
O documentário “The Country That Beat The Virus: What Can Britain Learn?” mostrou como a Coreia do Sul se tornou um caso de sucesso no combate à COVID-19, sem necessidade de um período de confinamento. Até agora, a doença matou “apenas” 250 sul-coreanos.
Fonte: Metro